No próximo dia 9 de Maio, começamos a montagem e ensaios do nosso novo espectáculo de rua, a Herança de Jeremias. Iremos estrear no segundo fim-de semana de Junho e ficaremos em cena com esta produção até Agosto.
As equipas estão já a trabalhar quer na produção, cenografia, encenação e direcção musical, para que dia 9, a equipa se reúna e passem para o palco as ideias até agora lançadas.
A Cabana do Jeremias, um estranho e carismático edifício, claramente construída aos poucos por uma mão nem sempre “expert” no que diz respeito à construção civil, mas com muito amor e muita paixão.
É o lar de um campeão, parte estábulo, parte local de devoção, parte museu, testemunho das muitas conquistas de Jeremias Sénior (o Jockey) e Jeremias VI (o burro). No exterior da cabana, muitos sinais destas conquistas: medalhas, retratos, fitas vencedoras, taças e muito mais, para além de fardos de feno e outros objectos próprios para o bem-estar de um burro.
Mas a morte trágica de Jeremias (o Jockey), devido à inédita queda de Jeremias (o burro) naquela que era suposta ser a sua última vitória na Grande Corrida de Burros antes da gloriosa e bem merecida reforma de Jeremias e Jeremias, muda tudo.
Entram José (o cornudo) e Joaquim (o bêbado), os dois herdeiros de Jeremias com as suas respectivas famílias: Josefina (a fresca), Jorgina (a negociante) e Jeremias Júnior (o estudioso).
Temos partilhas!
E é aqui que começam os verdadeiros problemas:
Como dividir uma cabana?
Como dividir um curral?
E acima de tudo...
Como dividir um burro?
Uma família, duas facções, uma guerra.
Estranha, bizarra e divertidíssima, do princípio ao fim, esta comédia visual, musical e muito teatral, faz da dor e do conflito, primeiro uma farsa e mais tarde uma celebração da união e do amor fraternal, no sentido mais abrangente desta palavra.
A Herança de Jeremias deixa-nos cheios de esperança.
Mesmo quando os problemas parecem não ter solução e as guerras parecem não ter fim, o regresso às vitórias está ao virar da esquina.
Como dizia o velho Jeremias: “Há que ter fé e um bom Burro”